Enquanto alguns combatentes enfrentam o exército inimigo na fronteira, o pequeno vilarejo onde Rosana mora começa a ser invadido, de forma truculenta, por soldados inimigos. Quando Rosana está sendo mantida em cativeiro por um oficial do oeste, um regimento militar da mesma provincia (oeste) chega ao vilarejo, incluindo o refinado Marechal Yuri. De personalidade forte e autoritária Yuri se apaixona por Rosana que apesar de resistir aos flertes do Marechal, acaba cedendo e inicia uma relação amorosa com ele. Este amor será provado pelos obstáculos da guerra e da diferença de classe.
Leer másEstava colhendo batatas no vale quando ouvi barulhos estranhos, olhei para cima e vi fumaça e algumas pessoas correndo.
Tinha ouvido alguma coisa sobre nossa província poder ser invadida, mas eu não acreditava que aquilo chegaria a nosso vilarejo tão remoto.Trabalhávamos praticamente dia e noite, parte da produção tinha que ser enviada para a capital, essa parte era a maior parte.Não importava se a produção tivesse sido boa, ou suficiente se eram mil sacas de batatas eram mil sacas de batatas, o que sobrava tínhamos que dividir entre a comunidade, o trabalho era comunitário.O pouco que ficava alimentávamos primeiro os que trabalhavam, depois as crianças e os idosos.Eu sempre deixava parte que cabia a mim para meus avós, pois o que cabia a eles era tão pouco que não daria nem para matar a fome.Dizem que há outras províncias que não vivem como nós, mas eu não acredito, governantes são sempre governantes, mandam, exploram com a desculpa de proteger-nos, mas a verdade é que isso nem lhes passam pela cabeça.A propósito sou Rosana meu nome é estrangeiro eu nem sei bem de onde é, meus pais viram este nome em um pedaço de jornal, que estava no meio de alguns agasalhos, enviados pelos agentes do governo, nele dizia que Rosana significava rosa graciosa.Ah! Não pense que o governo é muito generoso, não tínhamos dinheiro e o que eles nos enviavam em “troca” dos alimentos enviados para a capital era umas poucas peças de agasalhos que não davam para todos, não tinham tamanho certo e nem era o suficiente para aquecer a todos.Quando éramos crianças minha avó pegava um agasalho de adulto, desmanchava e fazia agasalhos para nós, aproveitava cada pedaço, eu aprendi isso com ela.Meus pais morreram e eu fiquei muito pequena com ela, meu avô morreu logo depois de meus pais então ficaram eu e ela, meus tios as vezes nos davam suporte porque tínhamos que cultivar a terra se não, deixaríamos de ter até o pouco que tínhamos.Agora era outono estávamos na época da colheita, ela deveria ser feita o mais rápido possível, logo o inverno chegaria e as colinas e vales ficariam brancos de neve.Subi me esgueirando entre os pessegueiros e vi homens de farda, mas eu não os reconhecia, não eram agentes do governo, estes pareciam ainda mais truculentos.Mulheres e crianças estavam apavorados em um canto, os homens no chão com as mãos na cabeça, algumas meninas maiores estavam sendo levadas por um soldado.Quem eram aquelas pessoas? Não muito tempo depois descobri que eram soldados da província vizinha, o que eu achei que não aconteceria, aconteceu.Me escondi entre os pessegueiros, não conseguia ouvir direito o que diziam, embora pareciam gritar.Fiquei ali sem saber o que fazer, até que todos foram colocados em uns carros abertos pequenos (jipes) e caminhões, eu também não tinha visto aquele tipo de carros aqui no vilarejo, na verdade não víamos muita coisa aqui.Depois que todos foram esperei um pouco e só então eu saí com cuidado, não sabia se todos tinham ido.As casas estavam vazias e reviradas, eu comecei a chorar sem saber para onde eles tinham sido levados e tudo que restou foi cacos e trapos espalhados pela vila.Rosana saiu carregando um agasalho que encontrou e uns pães e também os levou, ela correu noite a dentro por entre os pessegueiros, passou por dentro de alguns arrozais até encontrar o velho casebre que se escondia quando era criança.Rosana era magra, seus cabelos muito lisos e negros como a noite. Seus olhos eram amendoados e castanhos seus cílios eram longos e espessos.Ela estava cansada e acabou dormindo no chão, abraçada com os pães que sobraram.- Que beleza, olha veja. Disse um soldado, parrudo e desajeitado.- O que tem aí? Disse outro soldado de patente maior que o anterior.-É uma garota, será que está morta? O primeiro perguntou.O soldado grosseiramente chutou as pernas de Rosana, que acordou assustada.- Levante-se! Ele disse lhe dando a ordem encostando em seu rosto uma pequena katana curta.Rosana se assustou e se encolheu ao ver os homens que a olhavam um de forma curiosa e ou outro de forma rude.- Levante-se já lhe mandei, é surda? O homem grosseiro disse.Ela se levantou olhando para o chão timidamente, o homem a puxou pelo braço a jogando no meio da terra.- Ande! Ele disse lhe mostrando a direção com a espada.Ela se levantou e caminhou com medo de ser executada pelas costas.- O que faremos com ela senhor? Perguntou o soldado bobalhão.- Vamos leva-la para o primeiro sargento. Disse Soti que era cabo, mas se sentia um general.Eles caminharam por um longo trecho, depois os dois homens pegaram uma corda que estava no jipe e amarraram as mãos de Rosana de forma que sobrasse um pedaço de corda, os dois entraram no carro e seguiram puxando-a pela estrada.Algumas vezes ela não conseguiu manter a velocidade e acabou caindo, eles diminuíam a velocidade para ela se levantar e continuavam puxando-a até chegar onde estavam concentrados os moradores do vilarejo.Quando viram a forma com Rosana foi trazida muitos ficaram assustados. Os cabelos dela estavam bagunçados e seu rosto molhado de suor e sujo pela poeira, ela tinha os joelhos, os pés e mão feridos.Ela era uma boa menina, sempre ajudava a todos no vilarejo era querida por todos, desde que sua avó morreu recentemente, todos cuidavam um pouco dela.Rosana estava exausta, mal conseguia parar em pé. Suas pernas fraquejaram e ela desmontou no chão como uma boneca de pano.- Senhor! Encontramos uma rebelde e a trouxemos. Disse Soti orgulhoso de si.- E como ela é? Perguntou o primeiro sargento Raoni, sem nem mesmo se virar para falar com seu subalterno.- É jovem e muito bonita, parece obediente. Disse Soti com os olhos brilhando ao se imaginar com Rosana.- Traga-a para mim. Raoni disse, terminando de lavar a lâmina de barbear em uma pequena bacia com água.Os dias se passaram Yuri tinha muito trabalho, Rosana se dedicava a caridade, sempre viajavam para a província Leste para saber como estavam indo as coisas por lá. Sempre que os dois apareciam em público, as pessoas os cumprimentavam felizes e agradecendo tudo que o casal havia feito pela província. Depois Rosana já não podia acompanhar mais Yuri, pois já estava no finalzinho da gestação, ele também estava evitando viajar para longe queria estar ao lado dela quando seu filho nascesse, seu pai o ajudava, o imperador passou a levar a imperatriz com ele quando saia nas viagens de negócios, ela estava bem mais fácil de lidar. A avó de Yuri estava sempre perto de Rosana a ajudando, Yuri pediu para que fosse construída uma casa para eles na propriedade, para que ficassem perto deles. Yuri e Rosana estavam jantando em casa quando ela sentiu uma dor, vendo-a. – O que foi? Está bem? Yuri perguntou preocupado. - Acho que está na hora! Ela disse tentando se levantar com a mão em sua barriga
Numa certa manhã Rosana e Yuri tomavam café juntos, na casa de verão, raramente iam ao palácio, a não ser que tivesse algum evento, Rosana estava estudando, e ajudava algumas instituições de caridade representando Yuri, ele não tinha ocupado o trono estava adiando enrolando seu pai, mas já era ele que tomava praticamente todas as decisões. - Precisamos nos casar! Ele disse, de supetão. - Agora? Já estamos juntos, não precisamos disso. - Sim precisamos! Você merece uma festa linda! - Não gosto dessas coisas, você sabe! - Você é uma princesa, merece uma festa a sua altura! - Terei que ir ao estrangeiro para uma reunião entre líderes, quero que vá comigo, lá compraremos seu vestido. Ele disse se levantando da mesa. Antes de sair ele ainda acrescentou. – Faça uma lista do que você gostaria que tivesse na festa e quem você gostaria que estivesse presente. Antes que diga algo, não importa a distância, mandaremos trazer todos que você queira na nossa festa! Ele saiu e Rosana ficou pen
- Você não foi para seu quarto? Ela disse, segurando a toalha com força.- Este é meu quarto! Você quer que eu vá embora?- Não é isso é que...- Você está com vergonha de que saibam que dormimos jutos? Você é minha mulher, já estávamos prestes a se casar, por falar nisso faremos isso o quanto antes! Venha cá.Ela caminhou até ele devagar, seus cabelos estavam enrolados na toalha, e ela segurava a que estava envolta de seu corpo com firmeza, a sensação que sentia era indescritível, seu coração estava palpitando.- Vire-se ele pediu.Ela olhou-o nos olhos e não disse nada apenas obedeceu.Sentiu quando delicadamente ele passou a mão a sua frente e sentiu quando pousou em seu pescoço algo gelado. Ele segurou sua cintura a guiando até o espelho.- O que acha? Ele perguntou em seu ouvido.- É lindo. Ela disse tocando o colar com os dedos.- Não tanto quanto você! Ele disse abraçando-a de costas para ele, que tirou a toalha de seus cabelos e pegou as mãos dela para que soltasse a toalha qu
Os dois se amaram, a saudade não cabia em seus peitos, Yuri parecia insaciável.Na manhã seguinte os dois chegaram bem cedinho a pensão, nem perceberam haviam dormido fora, estavam preparando o café quando o imperador entrou na cozinha, os cumprimentou os três se sentaram e tomaram café juntos.- O senhor já está recuperado, vou leva-lo de volta. Disse Yuri, colocando um bolinho no prato de Rosana.- Oras você está me expulsando? O homem perguntou curioso.- Não é isso! Mas você precisa ir cuidar das suas coisas, não posso ficar lá, tenho meu trabalho aqui agora.- Você é herdeiro da Província Oeste, tem suas responsabilidades, além disso estou bem aqui e já estou velho preciso descansar.- Pai não comece, já discutimos isso...- Me leve a capital, mas a da Província Leste.- O que você quer fazer lá?Rosana com os olhos regalados observava a conversa dos dois, mas se ateve a ficar quietinha comendo sua comida.- Vamos conversar com o parlamento.- O que você quer conversar? Yuri perg
Mais dois dias se passaram, Yuri soube que os soldados estavam com Akira na mira ele desceu até a fronteira, queria participar da operação.Quando chegou a fronteira já passava da meia noite, estavam à espreita disseram que Akira tentaria fugir naquela noite pois tinham recebido informações que um pequeno avião o esperava no pais vizinho, se ele conseguisse cruzar a fronteira ficaria mais difícil, pegá-lo.Como Yuri era herdeiro da Província Oeste e era chefe do exército da Província Leste ele tinha jurisdição para pegar Akira em qualquer uma das duas províncias.Conforme as investigações iam avançando, descobria-se que Akira, embora tivesse uma boa aparência e parecia um nobre, ele era responsável pelo maior esquema de contrabandos de armas e drogas, além disso era bem provável que ele também estivesse envolvido com lavagem de dinheiro e tráfico de humanos.Estavam todos à espreita quando um caminhão suspeito passou na estrada, mais a frente um grupo tinha colocado uma barreira para
O médico examinou o imperador, ele havia sido atingido peito, mas não tinham acertado o coração, levaram-no para o hospital ele ia ter que passar por cirurgia. Rosana estava desolada dona Satoko e as pensionistas tentavam acalma-la. Quando percebeu a movimentação o imperador, que depois que conversou com o filho se sentou no fundo próximo da entrada onde seria a cerimonia, caminhou discretamente entre os carros e arvores e quando iam colocar Rosana no carro ele atirou com precisão atingindo o homem que a soltou, mas revidaram e acabou sendo atingido. Yuri e seus homens não perderam de vista os carros da gangue de Akira, seguindo-os de perto e trocando tiros. No caminho já encontraram alguns soldados da Província Leste que tinha vindo ajudar. - Avisem as fronteiras e portos. Yuri disse aos soldados da Província Leste. E ele continuou. - E vocês dois, vão para a Província Oeste e diga o que aconteceu, diga que estou ordenando que fechem as fronteiras e deem busca e apreensão em tod
Último capítulo