Pamela Monteiro nunca imaginou que sua vida mudaria tão drasticamente. Quando sua meia-irmã Valentina recusa um casamento arranjado, Pamela é forçada a assumir seu lugar para salvar a família da ruína. O que ela não esperava era descobrir, tarde demais, que o noivo seria ninguém menos que Caleb Belmont — seu chefe. Frio, arrogante e perigoso, Caleb é o homem que Pamela mais teme… e mais deseja. Durante meses, ela se pegou perdida em pensamentos proibidos, fantasiando sobre aquele abdômen impecável que ele escondia sob os ternos impecáveis. Agora, Pamela está presa em um casamento de conveniência com o homem que acelera seu coração de medo e desejo. Casar-se com Caleb não será fácil, mas resistir a ele pode ser impossível.
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A vida gosta de me lembrar que não sou a protagonista de um conto de fadas. Meu “príncipe” veste terno sob medida, tem olhos que enxergam a alma e uma arrogância que me faz querer socá-lo… ou beijá-lo.
Caleb Belmont. O homem que me tira do sério há três anos, desde que virei sua secretária. Ele me testa, me provoca e parece esperar que eu surte e peça demissão. Mas eu preciso desse emprego.
O problema não é o trabalho exaustivo ou as horas extras, e sim o fato de que meu coração dispara sempre que ele passa. Odiá-lo deveria ser fácil, mas toda noite me pego imaginando como seria sentir suas mãos em mim.
Talvez essa obsessão tenha a ver com minha vida em casa. Desde que meu pai morreu, sustento minha madrasta, Flávia, e minha meia-irmã, Valentina. Flávia finge que ainda vivemos no luxo, enquanto Valentina acha que meu trabalho é só uma fase antes de eu "casar com um homem rico".
Mal sabem elas que o único homem rico na minha vida é Caleb Belmont. E ele jamais olharia para mim dessa forma.
Toda manhã, acordo cedo, pego o metrô lotado e chego à Belmont Enterprises antes das oito. Porque se Caleb chegar e eu não estiver lá, o inferno começa.
Hoje não foi diferente.
— Você está atrasada — diz ele, sem nem me olhar.
Eu olhei para o relógio. Faltavam três minutos para as oito.
— Ainda não são oito horas, senhor Belmont — respondi, forçando um sorriso.
Ele levantou os olhos, e eu senti aquela pontada de nervosismo no estômago. Droga. Eu odiava quando ele fazia isso.
— Se você precisa desses três minutos para se sentir melhor, Pamela, tudo bem. Mas da próxima vez, quero você aqui quinze minutos antes.
Assinti, reprimindo a vontade de revirar os olhos.
Caleb voltou a se concentrar nos papéis à sua frente, mas eu continuei parada. Só por um momento, deixei meus olhos correrem pelo contorno do rosto dele. A linha do maxilar, a gravata perfeitamente alinhada. Até o jeito como ele segura a caneta parece sofisticado.
E irritante. Muito irritante.
— Precisa de mais alguma coisa? — ele perguntou, sem erguer a cabeça.
Droga. Fui pega no flagra.
— Não. Vou organizar os relatórios para a reunião da tarde.
Voltei para a minha mesa tentando não parecer nervosa. Como ele conseguia me desarmar desse jeito?
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No final da tarde, quando já estava recolhendo minhas coisas para ir embora, ouvi a voz de Caleb me chamando do escritório dele. Suspirei, já imaginando que meu plano de ir para casa e relaxar tinha acabado.
— Pamela, preciso que você venha aqui. Vamos revisar os balancetes do trimestre.
Revirei os olhos discretamente antes de responder:
— Isso vai demorar?
Ele nem levantou os olhos dos papéis quando disse:
— Provavelmente a noite toda.
Ótimo. Lá se ia meu descanso. Mas, por mais que eu quisesse reclamar, a verdade era que uma parte de mim gostava de estar ali com ele. Mesmo que fosse apenas trabalhando.
— Vou buscar um café — murmurei, tentando me manter focada.
***
O som do teclado preenchia o escritório silencioso, as luzes suaves lançavam um brilho quente sobre a mesa de madeira escura. Eu tentava manter o foco no relatório à minha frente, mas cada movimento de Caleb à minha esquerda era uma distração perigosa.
Seu perfume amadeirado se misturava ao ar-condicionado frio, criando um contraste que fazia minha pele arrepiar. Ele estava concentrado, as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, revelando os antebraços fortes. Eu deveria estar trabalhando, mas meu olhar insistia em deslizar até suas mãos grandes, os dedos ágeis girando uma caneta entre eles.
— Pamela... — Sua voz soou baixa, rouca, carregada de algo que fez um calor subir pela minha espinha.
Levantei os olhos e encontrei os dele me observando com um brilho intenso. Um arrepio percorreu meu corpo quando ele se inclinou levemente para mim, um sorriso de canto desenhando-se em seus lábios.
— Você está me ignorando de propósito? — ele provocou, sua voz cheia de malícia.
Meu coração disparou. O ar ao nosso redor ficou pesado, carregado de uma tensão que parecia prestes a explodir. Tentei responder, mas minha boca estava seca. Caleb estendeu a mão e deslizou um dedo pelo meu pulso, traçando um caminho que incendiou minha pele.
Eu deveria recuar. Eu deveria dizer alguma coisa. Mas ao invés disso, fiquei ali, paralisada pelo desejo.
Ele se aproximou ainda mais, até que seu joelho roçou o meu sob a mesa.
— Você está tremendo, Pamela — sussurrou, seu hálito quente roçando minha orelha.
Minha respiração ficou presa na garganta. Caleb levou a mão ao meu rosto, os dedos deslizando pela minha bochecha antes de traçar a linha do meu maxilar. Era um toque leve, mas fez meu corpo inteiro reagir.
— Está fugindo de mim? — ele murmurou, seus lábios quase tocando os meus.
Minhas mãos se agarraram à mesa, tentando encontrar algum resquício de sanidade. Mas então, ele inclinou o rosto e roçou os lábios nos meus em um beijo provocante, um teste para ver se eu resistiria.
Não resisti.
O beijo se aprofundou, seus lábios se movendo sobre os meus com uma urgência que me deixou tonta. Ele segurou minha cintura e me puxou contra si, meus seios pressionados contra seu peito firme.
— Você quer isso tanto quanto eu, não é? — Caleb sussurrou contra minha boca, sua voz baixa e carregada de desejo.
Eu não respondi. Não precisava. Meu corpo já dizia tudo.
Suas mãos deslizaram pelas minhas costas, puxando minha blusa para cima. Ele queria mais. E eu também.
De repente, eu estava sentada na mesa de Caleb, suas mãos firmes afastando minhas pernas, seus lábios explorando cada centímetro de pele disponível. O mundo lá fora não existia mais. O trabalho, as obrigações, tudo se apagou.
Meus gemidos baixos preenchiam o escritório, a maneira como ele me tocava fazia minha mente girar. Eu queria mais, muito mais...
— Pamela!
A voz firme de Caleb ecoou pelo escritório.
Meus olhos se abriram de súbito, e o ar me escapou dos pulmões.
Eu estava sentada na cadeira, o relatório ainda em minhas mãos, e Caleb me encarava com uma expressão confusa.
— Você está bem? Eu te chamei umas três vezes.
Meu rosto esquentou na hora. Deus, eu estava no escritório dele. Tive uma fantasia erótica com o meu chefe enquanto trabalhávamos.
— S-sim — gaguejei, limpando a garganta e tentando parecer normal.
Caleb arqueou uma sobrancelha, claramente duvidando.
— Tem certeza? Você parece... distraída.
Se ele soubesse.
Ajeitei a postura e fingi concentração no relatório, enquanto meu coração ainda martelava no peito.
O problema era que, depois daquilo, eu sabia que não conseguiria olhar para ele do mesmo jeito outra vez.
PamelaAcordei com a luz suave entrando pelas frestas da cortina.O quarto estava silencios mas o cheiro de café fresco já preenchia o ar. Sorri sozinha. Caleb, novamente havia me levado café na cama.Me espreguicei na cama, sentindo o corpo ainda levemente dolorido da noite anterior, e fui direto para o banho. A água quente me ajudou a despertar de vez, e enquanto lavava os cabelos, eu pensava em como as coisas mudaram tão rápido. De uma relação conturbada e cheia de tensão para... isso. Essa leveza. Essa intimidade.Depois de me vestir com um vestido preto ajustado ao corpo e um salto discreto, fui até a cômoda e coloquei um par de brincos. Olhei para minha mão esquerda e vi a aliança ali, brilhando. Suspirei. Meu coração queria mantê-la ali para sempre, mas minha cabeça... ela sabia que o mundo lá fora não era tão simples.Peguei a pequena correntinha dourada que sempre deixava no porta-joias, tirei a aliança do dedo e a prendi nela, escondendo-a sob o vestido. Caleb me observava do
CalebJá em casa, depois de todo o sufoco no hospital, tudo parecia... quieto demais. Pamela e eu subimos para o quarto. Ainda havia um resquício de tensão no ar, como se alguma coisa ainda estivesse por ser dita.Ela foi até a janela, mexendo nervosamente nos dedos, enquanto eu largava as chaves em cima da cômoda e tirava o casaco.O silêncio se estendeu por alguns segundos até que ela finalmente falou, com a voz um pouco hesitante:— Caleb... — ela chamou, sem me olhar diretamente.— Hm? — murmurei, virando para ela.Pamela respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem.— A gente precisa conversar.Meu estômago deu um nó. Essas quatro palavras nunca vinham acompanhadas de algo simples.— Claro — disse, tentando manter a calma, mesmo que meu peito começasse a apertar.Ela virou de frente para mim, o rosto sério.— Como vai ser agora?Franzi a testa, confuso.— Como assim, "como vai ser"?Ela passou a mão pelo cabelo, claramente nervosa.— Como vai ser... o nosso relacionamento?
CalebO tempo parecia se arrastar. Estava sentado em uma das cadeiras duras da recepção, com o rosto apoiado nas mãos, o corpo inteiro tenso. Nicolas mexia no celular sem prestar atenção, só para tentar ocupar a mente. Minha mãe ainda não tinha voltado da UTI e cada segundo de espera era uma tortura.Ouvi passos apressados e, quando levantei a cabeça, vi Pamela entrando pelo corredor.Meu peito aliviou instantaneamente.Ela caminhou rápido até mim, a expressão preocupada.— Caleb! — chamou, parando na minha frente. — Como estão todos? Como está seu pai?Levantei, sem pensar, puxando ela para um abraço.O calor do corpo dela contra o meu trouxe um pouco de paz naquele inferno de ansiedade. Apertei ela forte, como se precisasse daquele toque para me manter de pé.— Ainda não sabemos muito — falei, a boca perto do ouvido dela. — Ele sentiu dores no peito... Estamos esperando mais informações.Ela se afastou um pouco para olhar nos meus olhos, o rosto cheio de carinho e preocupação.— Vai
CalebCheguei no hospital quase arrombando a porta da emergência.O coração batia descompassado, a respiração pesada. Vi minha mãe, Vitoria sentada em uma das cadeiras da recepção, com o rosto enterrado nas mãos. Nicolas andava de um lado para o outro, os olhos arregalados, a mandíbula travada.— Onde ele está? — perguntei, a voz saindo rouca.Minha mãe levantou o rosto. Estava pálida, devastada.— Estão atendendo ele agora, Caleb… Ele sentiu muita dor no peito, quase desmaiou.Um gosto amargo subiu pela minha garganta. Passei a mão pelos cabelos, tentando pensar direito. Mas era impossível. Tudo que eu conseguia imaginar era o rosto do meu pai, o homem que sempre foi uma fortaleza para nossa família, caído, vulnerável.— Infarto? — perguntei, já sabendo a resposta.Nicolas se aproximou, o olhar duro.— Provavelmente. — Sua voz soou baixa, pesada. — Fizeram os primeiros exames aqui, mas mandaram direto pra emergência. Estão tentando estabilizar ele.Olhei ao redor. Enfermeiros corria
Acordei com a luz suave do sol filtrando pelas cortinas brancas. Por um segundo, pensei que tudo tivesse sido um sonho. O calor do banho, os beijos molhados, a forma como Caleb me olhava como se eu fosse o mundo dele… Tudo parecia bom demais pra ser real.Virei no colchão macio e encontrei o outro lado da cama vazio. O coração acelerou. Será que eu tinha imaginado tudo? Será que o toque dele, as palavras sussurradas no meu ouvido, o jeito como ele dizia que me amava… será que foi coisa da minha cabeça?Me sentei devagar, os lençóis ainda enrolados no meu corpo. Olhei ao redor. O quarto estava exatamente igual. Luxuoso. Limpo. Perfumado. Mas o silêncio me apertava o peito.Até que ouvi a maçaneta girar.A porta se abriu, e lá estava ele. Caleb Belmont. Usando apenas uma calça de moletom cinza, os cabelos levemente bagunçados, um sorriso preguiçoso nos lábios. Nas mãos, uma bandeja de café da manhã tão chique que parecia ter saído de um filme.— Bom dia, meu amor. Dormiu bem? — ele perg
CalebO quarto ainda estava com aquele cheiro de sabonete misturado com o perfume da pele molhada da Pamela. A luz suave do abajur deixava tudo mais íntimo, quase como se o mundo lá fora não existisse. Fechei a porta devagar, e quando me virei, ela já estava deitada entre os lençóis brancos, os cabelos úmidos espalhados pelo travesseiro, os olhos me observando com algo entre expectativa e incerteza.Me aproximei devagar, como se aquele momento merecesse reverência. Pamela parecia uma miragem — pele quente, respiração calma, mas olhos intensos. Subi na cama e me deitei ao lado dela, passando a ponta dos dedos por seu braço, depois pelo contorno dos seus seios que ainda estavam parcialmente cobertos pelo lençol.— Você é linda demais — sussurrei, mais pra mim do que pra ela.Ela mordeu o canto dos lábios e fechou os olhos quando minha mão deslizou até sua cintura. Me aproximei mais, sentindo o calor do corpo dela colar no meu. Nossos rostos estavam próximos o suficiente pra eu sentir o
Último capítulo