O relógio marcava sete e quarenta e cinco da manhã quando Adriano atravessou o estacionamento da filial, sob o olhar curioso dos funcionários que começavam o expediente.
A tempestade da noite anterior dera lugar a um céu pálido, mas o ar ainda carregava a eletricidade dos trovões que não se dissiparam — exatamente como ele.
Adriano não era o mesmo homem que havia chegado àquela cidade meses antes.
Algo nele mudara desde que viu Helena pálida, frágil, deitada na maca de hospital.
O medo de perdê-la transformara-se em uma raiva silenciosa — uma chama fria, perigosa, que agora guiava cada passo.
No escritório, ele trancou a porta e acendeu o notebook.
A caixa de entrada piscava com uma nova mensagem criptografada de um contato antigo da auditoria interna.
O título era simples: “Relatório Costa-Vasques — Confidencial.”
O estômago se contraiu.
Ele clicou.
As primeiras páginas confirmavam o que ele já suspeitava: Eduardo Costa, o suposto gerente financeiro demitido meses atrás por