Os dias seguintes passaram em um turbilhão de tarefas e pensamentos que Helena mal conseguia organizar.
No chão da sala, caixas abertas, papéis espalhados, brinquedos do Lucas misturados a livros de economia e fotos antigas. Tudo parecia um espelho da sua mente — confusa, cansada, mas movida por uma necessidade urgente de recomeçar.
O apartamento pequeno onde vivia já não cabia mais nela. Cada parede guardava lembranças do que tentara ser um casamento. O sofá ainda tinha o cheiro de noites silenciosas, em que Rodrigo virava o rosto e ela fingia dormir. Agora, aquele mesmo sofá servia de apoio para pilhas de roupas e documentos.
Mudança marcada para dali a três semanas. Filial nova, nova cidade. Uma nova vida — era o que ela repetia como mantra.
Lucas brincava no quarto, montando castelos com blocos coloridos. Helena observava de longe, sentindo um nó apertar o peito.
Ele era a razão de tudo. A força que a fazia continuar, mesmo quando o medo ameaçava paralisá-la.
Mas o med