O burburinho do escritório naquela tarde não era só por causa dos relatórios atrasados. O assunto que corria de mesa em mesa era o happy hour que Artur havia proposto. “Nada de desculpas hoje, todo mundo vai”, avisara o chefe em tom leve, mas com a firmeza que ninguém ousava contrariar.
— Preciso ver essa equipe fora das planilhas — ele dissera, rindo. — Trabalhar é importante, mas confiar também é.
Para alguns, a ideia soava como obrigação mascarada de diversão. Para outros, era uma boa desculpa para beber sem culpa. Adriano, no entanto, recebeu a notícia com incômodo. Detestava esses encontros sociais em que precisava manter a máscara de cordialidade. Ainda mais agora, com Helena na equipe.
Ela, por sua vez, pensou em recusar. Quase digitou uma desculpa no e-mail de resposta, alegando cansaço ou algum compromisso familiar. Mas hesitou. Ultimamente sentia-se invisível demais no trabalho, e talvez aquele fosse um espaço seguro para mostrar outra faceta. Além disso, Artur tinha e