O ar fresco da noite os envolveu quando saíram do bar. O riso distante dos colegas se dissipava ao fundo, misturado ao som dos carros passando na rua iluminada por postes amarelados. Adriano abriu a porta do carro para Helena, num gesto simples, mas carregado de intenções.
Ela entrou devagar, ajeitando-se no banco, sentindo o coração acelerar como se antecipasse o que estava prestes a acontecer. Ele deu a volta, acomodou-se ao volante e ligou o motor. O silêncio que se instalou ali dentro não era desconfortável; era denso, carregado de tudo que ainda não tinha sido dito.
Os primeiros minutos foram preenchidos apenas pelo som do motor e pela respiração de ambos. Helena olhava a rua pela janela, mas sua mente estava longe dali. O vinho deixara suas defesas mais frágeis, e o olhar de Adriano naquela noite a acompanhava como uma sombra.
De repente, ele reduziu a velocidade e parou o carro em uma rua mais tranquila.
— Helena… — disse, a voz grave, quase rouca. — Eu não consigo mais fin