Ainda narrado por Léa
A única certeza era que, a partir daquele beijo, nada seria simples outra vez.
Ficamos ali, parados. Eu sentia minha respiração descompassada, meu coração batendo no mesmo ritmo do silêncio entre nós. Zeus ainda me encarava, e nos olhos dele havia algo que me inquietava: não era só desejo. Era decisão. Como se, naquele instante, ele tivesse escolhido atravessar o limite que nós dois fingíamos respeitar.
E ele atravessou.
A mão dele tocou meu rosto com uma delicadeza que eu jamais imaginaria vindo dele. Os dedos deslizaram pela minha mandíbula até a nuca, puxando-me de volta. Nossos lábios se encontraram novamente, mas dessa vez não houve hesitação.
O beijo foi mais profundo. Quente. Intenso. Como se quisesse desfazer cada uma das minhas certezas. Senti minhas pernas amolecerem e me apoiei no peito dele. Era forte. Era real. E eu estava me perdendo.
Zeus se afastou apenas para me olhar, os olhos cravados nos meus, e disse com a voz baixa, rouca:
— Vem comigo.
Não