Narrado por Zeus Marino
O sol caiu sobre as rotas como um aviso vermelho. Dormi pouco — quando durmo, o corpo tem calma, a cabeça não. Levantei com o peso da última emboscada atravessado na garganta e a certeza de que a próxima jogada precisava ser dupla: músculo visível para quem precisava ver força, e operação escura para quem achava que poder se ganha com medo alheio.
Ares já tinha aberto o tabuleiro. Quando entrei no salão, ele apontou para uma tela com rotas e números. Havia gente trabalhando a qualquer hora, conectando operadoras, revisando contratos; havia vozes que trocavam nomes e contas como se estivessem costurando uma armadura. Eu sentei, ouvi, fiz perguntas e cortei respostas desnecessárias. Não gosto de teatro. Gosto de resultado.
— Eles não querem guerra de rua, Zeus — disse Ares, direto. — Eles querem perder o mínimo enquanto forçam o máximo. A estratégia é econômica: sufocar, isolar, partir convênios.
— Então dançamos esse baile, — respondi. — Se querem sufocar, corta