Narrado por Zeus Marino
O dia amanheceu com gosto de pólvora. Não apenas por causa do que já havíamos acionado — auditorias, cartórios, advogados com pastas —, mas porque Besa resolveu transformar nossa resposta jurídica em provocação direta. Ela explodiu um contrato grande, daqueles que respiram por si só: um parceiro nosso teve o fluxo interrompido com cláusulas forjadas de última hora. Foi pressão econômica, sim, mas com um recado claro: “ainda posso te machucar”.
Recebi as imagens no celular. Não me tremi. Não é que eu não sinta. Senti, como sempre, uma cólica antiga quando alguém mexe com a mesa onde dorme a casa inteira. Mas senti de modo prático: dor que pede cálculo, não gesto.
Convocamos reunião. Ares entrou sem bater. Apolo já estava no mapa, olhos fundos de sono curto. Enzo trouxe números. O advogado trouxe possibilidades. Discutimos pontas frias: onde o Don apertava mais, quem poderia ceder, quais parceiros tinham medo de mancha pública. Cada nome que eu riscava na fol