O Contra-Golpe

Narrado por Zeus Marino

Não dormi.

Quando a casa silenciou, sentei na varanda com o cigarro apagado entre os dedos — hábito velho que ficou só no gesto. Ares já tinha saído depois da ação, mas deixou os homens espalhados pelas ruas. Nenhum barulho vinha de fora, e mesmo assim o ar cheirava a guerra.

Abri o notebook. Cada linha de código, cada contato de porto, cada nome de operador era uma rota viva. E todas haviam sido tocadas pelos Kodras.

Eles quiseram me lembrar que podiam vigiar a mãe do meu filho? Eu lembraria que quem mexe com um Marino mexe com a própria respiração.

Chamei Enzo no rádio.

— Quero o mapa de rotas deles. Tudo. Do Adriático até Durrës. —

— Vai fazer o quê, chefe? —

— Cortar o oxigênio. Devagar. Ninguém nota até desmaiar.

Enquanto ele trabalhava, fui ao quarto. Léa dormia com Luc deitado sobre o peito, os dois envoltos no mesmo cobertor. Fiquei ali parado, observando. Era essa imagem que me prendia à sanidade. Eu não podia perder isso — não de novo.

Beijei a testa
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