Narrado por Catarina Smirnova
A ideia parecia boa na minha cabeça.
Mikhail passava o dia inteiro resolvendo assuntos da máfia, e eu queria fazer algo que fosse só meu. Nada de seguranças, conselheiros ou empregados — só eu, o fogão e a vontade de surpreender o meu marido com um jantar simples.
Esperei ele sair, mandei todos os empregados do andar de baixo fazerem outra coisa e invadi a cozinha. Me senti uma adolescente prestes a fazer uma besteira.
— Ok, Catarina, você consegue. É só seguir a receita. — murmurei pra mim mesma, abrindo o caderno da minha mãe.
Coloquei a panela no fogo, despejei azeite e comecei a cortar o alho. Até aí, tudo bem.
Mas o problema começou quando tentei fazer o molho.
Primeiro, esqueci o sal. Depois, o fogo ficou alto demais.
Quando senti o cheiro de queimado, já era tarde. A fumaça começou a subir, o alarme tocou, e eu entrei em pânico.
— Droga, droga, droga! — desliguei tudo correndo, abanando o ar com um pano. — Isso era pra ser romântico, não um incêndi