Narrado por Zeus Marino
Acordei com o telefone vibrando às três da manhã. Não vi hora; levantei, fui até a janela e olhei a casa dormindo — Léa no quarto, Luc no quarto ao lado, a casa toda parecendo menor e, ao mesmo tempo, mais alta de responsabilidade do que eu jamais imaginei. Peguei o telefone e atendi. Era Apolo, voz curta:
— Perdeu um depósito na periferia. Incendiado. Dois caminhões queimaram. Três feridos. É golpe direto na logística.
O estômago doeu de novo. Besa não fazia joguinho pequeno. Não mais. Ela subiu um degrau. Não era mais uma provocação: era tentativa clara de desestabilizar o que mantinha a casa de pé. Liguei para Ares, convoquei reunião imediata e, no caminho, pedi a Enzo que puxasse as imagens de câmeras próximas. Precisávamos de mapa de dano, culpados e rota de retaliação.
No salão, os homens já tinham contabilidade pronta: incêndio coordenado — sinal de uso de agente acelerante; rastros sugeriam caminhão cúmplice que deixou produto inflamável próximo ao galp