Narrado por Zeus Marino
A manhã veio sem promessas. No lugar do nascer do sol, a cidade trouxe alertas: mensagens, vozes no rádio, gente na garagem com cara de quem não dormiu. Não me acostumei com a sensação de casa sitiada — ninguém deveria —, mas aprendi a transformar essa sensação em operação. Levantei, vesti o terno que não é fantasia, e fui direto para a sala de comando. Léa e Luc ficaram sob vigilância discreta; não tolero risco sobre quem ainda nem sabe o peso do mundo.
Ares já havia delineado o mapa naquela mesa: pontos de pressão, rotas abertas, contas suspeitas. Mas havia uma novidade quente que me puxou para perto da tela: um carregamento de peças — peças que servem para armar pistas e explosivos — estava a caminho do porto, com destino ao hinterland do Don. Se aquilo chegasse, a escalada sairia da economia; entraria em armas. Não podia permitir.
— Onde pega? — perguntei curto.
— Um armazém em San Pietro. Transporte sai em quatro horas. — Apolo fechou a mão num gesto que d