Narrado por Violeta
O clube estava vazio.
As luzes já tinham sido abaixadas, as músicas cortadas, e as garotas seguiam pro vestiário com o olhar cansado de mais uma noite vendida.
Menos eu.
Não ganhei um centavo.
Não fui tocada.
Não fui escolhida.
Fui cercada.
Por ele.
Apolo Marino não falou mais nada durante as horas que se seguiram. Só ficou ali. Sentado. Me observando.
Como um predador paciente.
E eu… estava à beira de um colapso.
Esperei até todas as outras saírem. Respirei fundo. Minhas mãos tremiam.
Mas fui até ele.
Caminhei até aquele homem como quem anda rumo a um abismo.
Ele estava com o paletó jogado no encosto da cadeira, camisa preta dobrada nos cotovelos, anéis nos dedos, whisky pela metade na mesa.
Meus saltos pararam a um metro de distância.