Narrado por Ares Marino
Não era só raiva. Era algo pior. Algo mais fundo. Um incômodo no osso. Um veneno no sangue. Um peso que nem o chumbo carrega. A guerra tinha começado. E agora ela era pessoal. E pior: ela me conhecia, me desafiava e provocava tudo que havia de mais sombrio em mim.
Aquele ataque foi um recado claro: não era contra meus negócios, era contra minha família. Contra Isabella. Contra Luna. E por isso, minha resposta não seria com palavras. Seria com sangue. Frio. Lento. Implacável.
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O amanhecer chegou com cheiro de fumaça no ar. Ainda havia manchas de sangue secando no portão lateral. A grama onde o corpo de um dos invasores caiu estava afundada. Isabella dormia, exausta. Luna respirava tranquila, como se nada tivesse acontecido.
Mas dentro de mim, o inferno já tinha acendido as fornalhas.
Desci para a ala subterrânea da mansão. O ar ali era cortante. Frio. Denso.