Narrado por Viktor Barinov
O cheiro foi a primeira coisa que invadiu o escritório.
Antes mesmo da caixa tocar a minha mesa.
Antes mesmo do mensageiro conseguir falar.
Sangue velho tem um perfume específico. É doce. Viscoso. Lembra carne queimada com açúcar.
Levantei os olhos do meu copo de vodka e encarei o garoto pálido que entrou tremendo como se tivesse visto o próprio inferno.
E, bem... talvez tenha visto.
— Fala. — murmurei, já entediado.
— E-eu trouxe... um presente de Ares Marino...
— Um presente? — levantei uma sobrancelha.
Ele colocou a caixa sobre a mesa.
De madeira escura, adornada com a logomarca de um vinho italiano caríssimo.
Elegante. Típico dele.
E