O silêncio no quarto parecia um campo minado.
Ana manteve os olhos fixos em Helena, tentando entender o que havia por trás daquele sorriso cínico e dos lábios pintados de vermelho. A mulher cruzava as pernas com calma, como se não estivesse acabando de ameaçar os dois.
— Eu deveria te matar agora — rosnou Adam, a mão ainda firme na arma que não abaixara. — Você está brincando com fogo, Helena.
Ela soltou uma risada baixa, arrastada.
— Você sempre foi tão intenso, Adam. Tão previsível quando está com medo.
Ana deu um passo à frente, os braços cruzados, o olhar firme.
— Por que você está realmente aqui?
— Eu já disse. Quero fugir com vocês. E posso ajudar. O pai do Adam está jogando sujo, envolvendo nomes que nem vocês conhecem ainda. Se vocês quiserem sobreviver, vão precisar de mim.
Adam a encarava como se tentasse ler sua alma.
— Você está mentindo. Sempre esteve. Sempre usou as pessoas pra subir. Por que agora seria diferente?
— Porque desta vez é pessoal.
O silêncio foi interrompid