O dia amanheceu com o céu pesado.
Nuvens carregadas sobre Roma, como se o mundo inteiro soubesse o que estava prestes a acontecer.
Serena acordou com a garganta seca.
Nos sonhos, via a mãe.
Correndo por corredores de mármore.
Gritando.
Mas sem emitir som algum.
—
Na cozinha, Adriana preparava café forte.
— A.L. pode ser a chave.
Ou um risco maior do que todos os outros juntos — disse ela, sem rodeios.
— Já estou dançando no fio da navalha.
Se for pra cair, que seja sabendo a verdade.
—
Dante entrou. Barba por fazer, olhos vermelhos de noites mal dormidas.
— Lorenzo descobriu algo.
Mas… não vai gostar.
— Fala.
— Antonio Lareschi está vivo.
E se escondendo há vinte anos.
Com nova identidade.
— Onde?
— Roma.
Silêncio.
— Roma? — Serena repetiu, incrédula.
— O tempo todo?
— Pior.
Ele trabalha como consultor de segurança financeira…
— … em um dos bancos que financiavam os contratos fantasmas da minha mãe — completou ela.
— E tem mais — disse Dante, hesitante.
— Ele é protegido por alguém.
—