O silêncio naquela noite era um tipo de armadilha.
Serena passou horas relendo o caderno da mãe.
Página por página.
Palavras anotadas com calma — como se Maria di Ravello soubesse que um dia a filha precisaria daquelas verdades.
"Ela sabe seduzir.
Sabe dobrar homens e manipular mulheres.
Mas o que Giulia quer… é controle.
E pra isso, ela precisa da minha filha."
—
Serena fechou o caderno com mãos trêmulas.
— Ela me preparou pra isso sem que eu soubesse.
Dante entrou no quarto, o olhar tenso.
— Recebi uma ligação.
A imprensa quer mais.
Querem exclusividade. Querem sangue.
— Vão ter.
Mas não o meu.
—
Na manhã seguinte, Serena entrou no estúdio da mansão com Adriana.
— Preciso de tudo o que tivermos sobre os negócios da minha mãe.
Antes do casamento.
Antes do meu nascimento, se possível.
— Acha que ela foi envolvida?
— Acho que ela foi silenciada.
E agora eu vou ouvir a voz dela — mesmo que tenha que escavar cada mentira dessa casa.
—
Enquanto isso, na sede do La Voce, o jornalista Enzo