O sorriso de Dante era uma coisa horrível de se ver sob o holofote. Triunfante, paternal, e absolutamente vazio. Cada palavra que saía de sua boca era uma agulha fina cravada no tecido da realidade que eu havia tentado costurar.
— … e é com um coração tão cheio de orgulho que vejo meus filhos reunidos — ele prosseguiu, seus braços abertos como um pregador. — Cada um com seus talentos únicos, sua força… sua ambição.Meus olhos não paravam de vasculhar a periferia do salão. Onde estava Lorenzo? A ausência dele era um buraco negro crescendo no meu peito, sugando a confiança que eu havia depositado nele, no plano, em mim mesma. O empregado desconhecido… eu deveria ter seguido meu instinto.— Mas uma família, como um corpo, precisa de uma só cabeça — a voz de Dante cortou como um fio de gelo. — E às vezes, para salvar o corpo, um membro doente… deve ser removido.Um silêncio mortal caiu sobre o salão. Até a música parou. Todos sentiram a guinada, do di