O beijo ainda era uma brasa viva nos meus lábios, e o mundo fora daquele quarto havia se dissolvido em uma névoa dourada. Os dedos de Leo – não, de Ryan – traçavam círculos hipnóticos na palma da minha mão, uma âncora silenciosa no mar de verdades que acabáramos de despejar um sobre o outro. A paz era uma coisa frágil, recém-nascida, e eu respirava devagar para não a assustar.
Abri a boca para dizer… o quê? Que estava com medo? Que aquela frágil verdade entre nós me aterrorizava mais do que todas as mentiras sólidas? As palavras não chegaram a sair.
Bang. Bang. Bang.
A batida na porta da frente ecoou pela casa como três tiros secos, rompendo o feitiço. Ryan se ergueu num movimento fluído, instantaneamente alerta. A mão dele se afastou da minha, indo instintivamente à cintura, onde sua arma deveria estar.
Descemos a escada em silêncio. Antes mesmo de alcançarmos o último degrau, sabíamos: ele já estava lá.
Dante. Sentado na minha polt