O silêncio na Casa do Lago era diferente agora. As paredes pareciam reter os ecos das risadas, das conversas sérias, dos passos leves das crianças. Minha família estava sob o meu teto. Minha verdadeira família. A sensação era ao mesmo tempo esmagadora e eletrizante.
No meu quarto, vesti um baby doll de seda cor de ébano, quase do mesmo tom do meu cabelo, com rendas delicadas que bordavam a linha do busto e as curtas pernas senti a seda deslizar sobre minha pele num contato frio. "Preciso ver se Leo está bem." O pensamento invadiu minha mente. Ele ainda é minha responsabilidade. Mentira. Uma mentira conveniente. A verdade era mais simples, mais primitiva. Eu sentia saudades. Saudades do peso dele na cama ao meu lado. Saudades do calor dele. Da forma como seus suspiros quebravam o silêncio da noite e me faziam sentir menos sozinha no escuro. A reunião familiar, por mais fortalecedora que fosse, tinha sido um lembrete brutal de tudo que e