O quarto mergulhou em silêncio quando Isadora finalmente adormeceu. O corpo dela estava exausto, os traços do rosto ainda tensos mesmo em repouso. Henrique ficou algum tempo deitado na cama, observando-a respirar, até que o tédio o venceu. Ele jamais admitiria em voz alta, mas a ideia de passar a noite em branco, olhando para o teto, lhe parecia um desperdício, ainda mais em Paris.
Levantou-se devagar, abriu o armário e tirou uma camisa social limpa. Demorou mais do que gostaria em frente ao espelho, ajeitando o colarinho e passando a mão pelos cabelos, até que sua expressão assumisse aquela familiar máscara de confiança.
Pegou um papel do bloco de anotações do hotel e rabiscou em letras rápidas:
"Fui até o bar mais próximo."
Deixou o bilhete sobre a mesa de cabeceira, ao lado do celular dela. Em seguida, retirou a aliança do dedo e a guardou no bolso interno do paletó. Um pequeno impecilho metálico, que atrapalharia seus planos.
— Agora, vamos começar a caçada. — murmurou, antes de s