Henrique pegou o contrato com um movimento rápido, disse a si mesmo que aquilo era apenas mais uma jogada em um dos muitos truques que já havia feito. O papel era pesado, a capa encadernada refletia a luz dourada da luminária, e cada linha parecia carregar não só obrigações, mas correntes invisíveis. Ele leu devagar, os olhos deslizando por cláusulas de convivência, sigilo absoluto, obrigações sociais, divisão de bens e até o que ele podia ou não fazer longe com outras pessoas.A cada parágrafo, seu sorriso cínico ia diminuindo.— Você pensou em tudo… — murmurou, quase admirado.Isadora ergueu o queixo, cruzando as pernas com elegância.— É claro que sim. Não sou o tipo de mulher que deixa pontas soltas.Ele ergueu os olhos para ela, avaliando. Por um momento, parecia que iria recusar, que jogaria o contrato de volta na mesa e sairia dali gargalhando. Mas então, suspirou fundo, e disse:— Me arruma uma caneta.Isadora não se mexeu. Apenas fez um pequeno gesto com a mão e um dos segura
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