Henrique manteve a expressão descontraída, embora seus olhos sempre voltassem para a bolsa de Alina. Ele precisava de um momento de distração, um segundo em que os olhos dela se voltassem para qualquer outra coisa.
— Você sabe que me surpreende, Henrique — disse Alina, ajeitando a alça fina no ombro. — A maioria dos homens nessas festas só fala sobre dinheiro, negócios, ou tenta impressionar com títulos. Você fala de arte.
Ele ergueu uma sobrancelha.
— E conseguiu descobrir se eu falo com sinceridade… ou só para impressionar?
Ela mordeu o lábio inferior, divertida.
— Ainda estou decidindo.
Henrique riu, fingindo um charme que já lhe saía quase natural. Não entendia quase nada sobre arte, mas ao que parece fingia com perfeição, bastava derramar elogio sobre coisas que ela comentava que gostava e derramar criticas sobre coisas que ela odiava,
— Então deixe-me provar. — Ele apontou para uma escultura de mármore ao fundo. — Essa peça, por exemplo. Aparentemente é só uma figura clássica,