O vento gelado assobiava pelas colinas, carregando consigo o aroma de terra úmida e pinho fresco. A lareira crepitava em um canto, enchendo o ambiente com um brilho dourado que projetava sombras nas paredes. Ainda assim, o frio de Aspromonte se infiltrava por cada fresta, penetrando os ossos como um lembrete silencioso do perigo que rondava lá fora.
Svetlana avançava com cautela, os pés mal tocando o chão. A cada passo, seu coração martelava com força desmedida, uma batida incessante que ecoava em seus ouvidos. Sabia que estava sendo observada. Sentia isso em cada terminação nervosa, na pele que se arrepiava sob o olhar de Dante.
Ele estava sentado do outro lado da mesa, com o cenho franzido e os dedos tamborilando sobre a superfície de carvalho envelhecido. Sua postura relaxada era enganosa; cada fibra do seu corpo exalava uma tensão contida, uma ameaça silenciosa… mas também algo mais. Algo que a fazia sentir-se vulnerável de um jeito novo e inexplicável.
Svetlana engoliu em seco, t