O aroma do tabaco pairava no ar, misturando-se com o café fumegante que descansava em várias xícaras sobre a mesa de carvalho maciço. A luz quente da lâmpada no canto iluminava o ambiente com um brilho suave, projetando sombras alongadas nas paredes de pedra.
Dante estava à cabeceira da mesa, com a postura relaxada, mas com o olhar afiado, observando os homens que haviam comparecido à reunião. Usava uma camisa preta com as mangas arregaçadas e, entre os dedos, brincava distraidamente com um isqueiro de prata.
Algumas cadeiras estavam vazias, um lembrete de que a traição se paga com sangue.
Os rostos presentes eram os que haviam demonstrado sua lealdade. E Dante recompensava a lealdade.
— As coisas têm sido um caos ultimamente — começou, apoiando os antebraços sobre a mesa —, mas já está na hora de voltarmos à ordem.
Os homens ouviam em silêncio, atentos.
— Primeiro de tudo, em relação aos pagamentos... não era minha intenção atrasar-me. — Fez uma pausa e sua voz foi firme, mas sem hos