Svetlana deixou escapar um suspiro enquanto se apoiava na balaustrada da varanda. O pôr do sol tingia o céu de Reggio Calabria com tons dourados e carmesins, projetando sombras longas sobre os jardins da propriedade. Seu corpo ainda vibrava com a energia da aula de balé, os músculos ressentidos pela prática rigorosa, mas sua mente… sua mente só podia pensar nele.
Dante.
Desde que ele partira cedo pela manhã, uma sensação de vazio se instalara em seu peito. Sentia-se absurda por isso. Não era uma garota dependente, e no entanto, seu anseio por ele era tão intenso que doía.
— Que ironia — murmurou ela entre os dentes.
Lembrou-se claramente da desesperança que sentira ao chegar lá. O medo, a raiva, a certeza de que precisava fugir a todo custo. Lembrou-se das noites em claro, revisitando repetidamente as formas de escapar, os rostos de sua família em sua cabeça, a saudade da vida que deixara para trás.
Mas agora…
Agora ela não queria partir.
O pensamento a atingiu com força, como um bald