Acordei com a luz pálida da manhã atravessando a cortina, mas minha mente ainda estava na Sala Verde.
O piano.
A chama das velas.
A respiração dele atrás de mim.
E a voz baixa, dizendo que eu ainda não estava pronta para “o ato, apenas a intenção”.
O corpo inteiro parecia ecoar aquela noite — como se eu tivesse atravessado uma porta invisível e deixado uma parte de mim do lado de lá, pendurada nos olhos de Thomas Walsh.
Mas junto com o desejo, vinha outra sensação — uma inquietação afiada, quase dolorosa.
Olivia.
O toque dela no colarinho da minha blusa.
O olhar que misturava piedade e posse.
Ela já esteve onde eu estou.
Talvez ainda estivesse.
Talvez nunca tivesse saído.
Meu celular vibrou.
Hoje, 17h. Sala de Estudos 3.
— T.
Só isso. Nenhuma palavra a mais.
O coração acelerou como se reconhecesse uma ordem antes mesmo da mente entender.
A tarde chegou depressa demais.
A Sala de Estudos 3 ficava na ala antiga da universidade — uma biblioteca menor, com paredes de carvalho escuro e jan