O endereço escrito no bilhete de Evelyn me levou até Belgravia, uma das regiões mais antigas e silenciosas de Londres.
As ruas eram simétricas, quase perfeitas, como se tivessem sido desenhadas para esconder algo — e não para guiar.
Cada janela acesa parecia uma vigia.
Cada sombra, uma testemunha.
O número 14 da rua Belgrave Mews era uma casa discreta, fachada branca, portão de ferro e nenhuma campainha.
Empurrei o portão. Ele cedeu com facilidade assustadora.
Não era convite. Era armadilha.
Lá dentro, o ar cheirava a madeira antiga, incenso e vinho.
Velas queimavam em fileiras, refletindo em quadros e objetos de cristal.
E no centro, de costas, Evelyn.
Vestia preto novamente — não como luto, mas como armadura.
O som dos meus passos a fez virar-se lentamente.
— Pontual. — Ela sorriu, um sorriso de quem sempre está um passo à frente. — Thomas nunca conseguiu ensinar isso a ninguém.
— Ele não me ensinou. — Parei diante dela. — Eu aprendi sozinha.
Ela observou cada detalhe do meu rosto,