Capítulo 37 - Interrogatório.
Dante Bianchi
Dois dias.
Dois malditos dias sem ver Marina.
O tempo parecia se arrastar como chumbo derretido. Desde aquela ligação em que o ex dela apareceu, minha cabeça não descansava. Marina me mandou mensagem horas depois, dizendo que estava tudo bem, que era apenas o ex querendo conversar. Eu quis acreditar. Mas uma parte de mim gritava que havia algo escondido atrás daquela resposta curta.
Perguntei se ele tinha feito alguma coisa contra ela, se tinha ousado encostar um dedo nela. A resposta dela foi seca: “Não, está tudo bem. Depois a gente conversa melhor.”
E desde então, silêncio.
Passei esses dois dias tentando me distrair. Trabalhei com Donatello e Enrico em reuniões intermináveis, tratando de negócios que exigiam minha atenção. Mas mesmo no meio de contratos, mapas e cifras, o rosto dela surgia na minha mente. O jeito que ela sorria torto quando queria disfarçar nervosismo. O tom frio e ao mesmo tempo vulnerável da voz dela. A lembrança do beijo antes dela embarcar.
Eu nã