Capítulo 47 - Comemoração.
Marina Salles
Quatro semanas. Era estranho pensar que fazia só isso — quatro malditas semanas — desde que eu entrei de cabeça no mundo de Dante Bianchi.
Em tão pouco tempo, parecia que eu já tinha vivido umas três vidas diferentes. A mulher que eu era antes… já não existia mais.
O escritório de Dante era o tipo de lugar que parecia respirar poder. A madeira escura, o cheiro de charuto e couro, os quadros italianos antigos nas paredes e o brilho frio do metal das armas sobre a mesa formavam um cenário que, curiosamente, me fazia sentir confortável.
O tempo todo, o som das vozes graves dos homens de Dante ecoava pelo ambiente — Donatello, Enrico e mais três dos soldados de confiança dele. Todos ali revisando comigo os documentos, mensagens e arquivos falsos que a gente tinha montado nas últimas semanas.
Era um jogo de xadrez disfarçado de guerra suja, e eu amava cada segundo.
— Se a rota for rastreada até aqui, temos um problema — disse Donatello, apontando para a tela do notebook à min