Capítulo 38 - Verdades.
Marina Salles
Assim que desci do jatinho, o ar pesado da pista privada bateu no meu rosto, mas não foi isso que fez meu estômago revirar. Foram os homens armados parados logo à frente. Não eram seguranças comuns — seus olhares eram frios, calculados, e as mãos firmes nos coldres. Ao lado, vi viaturas discretas, carros escuros com vidros espelhados, alinhados como peças de um tabuleiro.
Meu coração disparou. Instintivamente, meus passos ficaram mais curtos, o som do salto ecoando no concreto como um relógio marcando uma contagem regressiva.
Um dos homens se destacou do grupo. Alto, terno impecável, olhar afiado como lâmina. Aproximou-se sem pressa, como quem tem o controle absoluto do ambiente.
— Senhorita Salles. — Sua voz era grave, impecavelmente neutra. Ele retirou um distintivo prateado do bolso interno e ergueu para que eu visse. — Sou Jhon Kertin, investigador da Interpol.
Senti o sangue gelar nas veias. Interpol. Era uma palavra que, para mim, sempre esteve distante — nos notic