Capítulo 49 - Meu presente.

Marina Salles

A estrada que levava até Positano era como um fio dourado costurado sobre o mar. O sol começava a cair, tingindo o horizonte com tons de cobre e vinho, e o carro de Dante parecia deslizar em silêncio por entre as curvas estreitas, embalado pelo som grave do motor e pelas ondas batendo nas rochas lá embaixo.

Eu olhava pela janela e respirava fundo, sentindo o ar salgado e a brisa úmida invadindo o carro. Fazia semanas que Dante vinha me prometendo essa viagem. E agora, sentada ali, com a mão dele firme sobre a minha coxa, percebi que essa promessa era mais do que apenas um final de semana fora — era um refúgio, uma pausa no caos em que vivíamos.

Quando chegamos à casa da família dele, o céu já era um tecido escuro pontilhado de estrelas. A propriedade ficava no alto de uma encosta, com uma vista absurda da costa amalfitana. A casa tinha aquele charme antigo e ao mesmo tempo elegante, com varandas de ferro e jardins que cheiravam a jasmim. Assim que entramos, Dante me abra
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