Marina Salles
O coração ainda batia acelerado depois da voz firme de Dante pelo celular.
— Quem está aí, Marina? — ele perguntou novamente, a tensão clara no tom.
Engoli em seco. Não era a hora de criar uma tempestade maior. Segurei firme o celular e respondi, tentando parecer calma, mesmo com o estômago revirado.
— Ninguém importante, Dante. Fica tranquilo. Eu já te ligo depois, ok?
Ele demorou alguns segundos para responder, e nesse intervalo eu quase podia sentir o peso do olhar dele do outro lado da tela. Ele não acreditava totalmente em mim — e eu também não podia culpá-lo.
— Marina… — a voz dele soou mais baixa, quase em advertência — se cuida.
Forçei um sorriso. — Sempre.
E desliguei antes que ele pudesse insistir. Respirei fundo, como se tivesse acabado de prender o ar embaixo d’água por tempo demais.
Quando levantei os olhos, Felipe ainda estava parado ali, na minha porta. O mesmo sorriso torto de sempre, mas agora com um peso diferente.
— Quem era? — ele perguntou, a voz car