O sol já tinha subido, mas a luz não entrava naquela casa. Um silêncio tenso pairava sobre todos, como se o tempo hesitasse em avançar. Isadora estava sentada no sofá, com o cobertor cinza sobre os ombros, as mãos trêmulas tentando manter alguma dignidade diante de três criaturas que pareciam ter saído de um outro universo.
Cael andava de um lado para o outro. Os irmãos estavam imóveis. Como estátuas que julgavam.
— Vocês não vão tocá-la — disse ele, com a voz baixa, mas firme.
Thoren ergueu o olhar com lentidão.
— Você sabe o que ela pode se tornar, Cael. Não por escolha. Mas por origem.
— E sei o que ela ainda é — retrucou, virando-se para Isadora. — Ela não é Damaris. Não ainda. Talvez nunca. Se tiver escolha.
Azariel falou pela primeira vez desde o confronto:
— E você acha que vai conseguir protegê-la… de uma entidade que vive nela? Cael, nós já vimos isso antes. A escuridão adormece, se finge de humana. Espera. E então devora tudo ao redor.
Isadora sussurrou:
— Eu não quero machu