A floresta negra se abriu em silêncio absoluto.
Do ventre do chão partido, ergueu-se uma criatura feita de sombras líquidas e ossos expostos. Enorme, descomunal, caminhando como se o próprio tempo estalasse sob seus passos.
A Fera Esquecida.
Quatro patas deformadas. Um dorso que se contorcia como se estivesse sempre em transformação. Olhos demais, bocas demais, e nenhuma voz — apenas o som do ar sendo arrancado de tudo ao redor.
Selena recuou um passo. Mas o corpo vibrava, como se a energia da criatura se conectasse com cada fio de sua alma.
— Ela sente meu sangue — sussurrou. — Parte dela ainda me reconhece.
— Então vamos fazer com que nos tema — Rurik rosnou, já meio transformado, o corpo brilhando com as runas do vínculo.
A Fera ergueu a cabeça. Onde deveria haver um rosto, havia apenas uma espiral de olhos e cicatrizes. Um som úmido escapou das fendas da pele: um chamado ancestral, uma provocação.
E então atacou.
Veio como uma avalanche.
Rurik avançou, mas foi arremessado contra u