A fogueira do conselho ardia no centro da clareira. Os anciões estavam sentados em meia-lua, com expressões tensas e olhos voltados para Aurora. A convocação havia sido feita na noite anterior: queriam dar a ela o título de Luna. Oficialmente. Com os ritos, os juramentos e a bênção da Lua.
Aurora entrou de cabeça erguida. Usava uma túnica simples, os cabelos presos em uma trança baixa. Havia nela a força silenciosa de quem já sobreviveu ao inferno — e não pretendia se curvar a ninguém.
Damon já estava lá. De pé ao lado de Othar. Cruzou os braços ao vê-la se aproximar, mas seu olhar era inquieto.
— Chamamos você, Aurora — começou um dos anciões — para oferecer o que por direito já é seu. Queremos que aceite o posto de Luna. Liderar conosco essa nova fase. Guiar nossa gente.
Aurora olhou ao redor. Viu os rostos cansados, alguns esperançosos, outros temerosos. Respirou fundo e falou com calma:
— Não.
O murmúrio foi imediato. Os anciões se entreolharam. Othar apenas observava em silêncio.