A floresta estava inquieta. Os pássaros não cantavam e o vento parecia sussurrar presságios nas folhas. O cheiro da terra molhada pela chuva recente misturava-se a algo mais denso. Algo que Aurora sentia nos ossos.
Na manhã seguinte ao confronto com Agnes, a aldeia despertou mais cedo. As crianças foram levadas para as cavernas protegidas e os anciãos acenderam as tochas cerimoniais nas bordas do território. A presença do mal tinha sido sentida por todos, e o silêncio entre os lobos era um aviso.
Aurora acordou com o filho aninhado em seu colo, o pequeno com os olhos prateados abertos, encarando a luz que filtrava pelas frestas da cabana. Seu instinto dizia que algo estava prestes a acontecer.
Aurora: "Hoje não vamos treinar. Hoje, só vamos observar."
Ela o vestiu com cuidado, trançou os próprios cabelos e saiu com ele preso em seu peito, envolto em um xale cerimonial azul. A cor da sabedoria. A cor dos avisos antigos.
Ao sair da cabana, Aurora viu Kael já a esperando na clareira.
Kae