Os dias que seguiram à proclamação de Aurora como líder da alcatéia foram marcados por mudança e silêncio. As celebrações cessaram, e o povo voltou ao trabalho com mais afinco. Não havia mais desculpas. A nova liderança exigia ordem, reconstrução, estabilidade.
Aurora acordava todos os dias antes do sol. Dedicava-se ao treinamento dos jovens guerreiros, ao plantio, aos estudos com os anciãos e, acima de tudo, à criação de seu filho. O menino agora andava com firmeza, falava palavras simples e já aprendia sobre as fases da lua. Era seu pequeno universo. Sua razão.
Damon, por outro lado, afastou-se do centro da aldeia. Construiu uma cabana nos limites da clareira e ali vivia em silêncio. A vergonha era um fardo que pesava mais do que qualquer castigo imposto. Ele assistia de longe o crescimento do filho, a força de Aurora, e via naqueles gestos tudo o que havia perdido.
Kael, o mais velho entre os anciãos, observava Damon em silêncio até que, certa noite, aproximou-se dele.
Kael: "Você