Dante Tavares
Ela mordeu o lábio, e por um instante pareceu não saber se me odiava por estar ali… ou por fazê-la desejar que eu estivesse.
— Acho que o senhor está confundindo as coisas — ela respondeu, com uma voz que pretendia ser firme. Mas havia uma rachadura ali. Uma falha fina e sedutora.
Aproximo meu rosto do dela, até sentir o cheiro de vinho, alecrim e desafio.
— Confundido? Não, Isadora. Muito pelo contrário… Pela primeira vez, estou tendo absoluta clareza.
Ela recuou meio passo, mas ficou. Sabia que fugir agora seria me dar vitória. E Isadora… ainda estava tentando manter a dignidade.
— O senhor veio aqui para me provocar? — ela rebateu. — Porque se veio buscando uma reprise do que aconteceu, perdeu a viagem.
— Você acha que foi só eu que perdi o controle naquela noite? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.
Ela arregalou os olhos por um segundo. O suficiente.
— O que aconteceu entre nós não vai se repetir — ela insistiu, cruzando os braços. O tom defensivo era quase engra