Isadora Alencar
Eu me sentia suja, imunda, ao ponto de sequer conseguir continuar naquele lugar, quando Dante saiu do quarto, eu não suportei, olhando para Enzo ainda dormindo ao meu lado, inocente, tranquilo, a culpa pesava, a vergonha, o nojo de mim mesma se espalhava por dentro.
Eu havia acabado de gozar com o seu tio, ali, na sua cama, feito uma vadia miseravel, que se hulmilha e rasteja por prazer, era hulmilhante, sai da mansão dos Tavares em lágrimas, a estrada nublava diante das lágrimas que nasciam em meus olhos, e não era de tristeza ou arrependimento, era de nojo de mim mesma.
Cheguei ao meu apartamento, disposta.
Tomei um banho, saia do quarto quando a campainha tocou. Estranhei, não tinha marcado nada, e o porteiro sequer tinha avisado a chegada de alguém, olhei pelo olho mágico, vendo Maria Eduarda do outro lado, ela insistiu, tocou, tocou, não tinha condições de recebê-la, de olhar no rosto de alguém, aqueles momentos voltavam com toda força a minha mente.
Adormeci