A Floresta dos Ecos e a Primeira VisĂŁo
O sol mal havia tocado o meio do cĂ©u quando fui conduzida Ă parte mais antiga da floresta. As raĂzes ali pareciam respirar, grossas como serpentes adormecidas. A vegetação densa cobria os caminhos, e o silĂȘncio era tĂŁo absoluto que eu podia ouvir a batida do meu prĂłprio coração. Rafael e Marco queriam me acompanhar, mas o conselho fora claro: o Despertar sĂł poderia ser enfrentado sozinha.
Mesmo assim, os olhos deles me seguiram até onde a floresta engoliu meus passos.
Vestia uma tĂșnica branca, leve como nĂ©voa, e nenhuma arma. Apenas a coragem e a marca da lua que ardia em meu ventre. Naira, dentro de mim, parecia mais desperta do que nunca. Cada batida do meu coração era ecoada por ela. SentĂamos juntas.
As ĂĄrvores começaram a se fechar em cĂrculos, como se me escolhessem. Um portal natural, feito de galhos trançados e folhas douradas, se ergueu diante de mim. Ao atravessĂĄ-lo, senti como se o tempo dobrasse â o mundo ao redor perdeu a cor, tornou