O desejo do Lobo

O desejo do Lobo PT

Lobisomem
Última atualização: 2025-10-28
Aut.BellaCarv  Atualizado agora
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Índice

Todas as noites, Julie é visitada em seus sonhos por um homem-lobo Sua ligação é intensa, proibida e perigosamente real. Agora, Julie está descobrindo que alguns sonhos não terminam quando acordamos. E que alguns amantes vêm das sombras para nunca mais te deixar ir. Uma história onde o medo e o desejo são a mesma coisa, e o lobo da sua imaginação pode ser o dono do seu destino. Mesmo que clãs inimigos sejam um impedimento para o amor.

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Capítulo 1

Capítulo 1

A lua era para mim como uma espécie de foice prateada no céu, o veludo negro cortando as nuvens e derramando sereno fino na floresta noturna.

Eu estava parada ali, completamente nua, eu não me sentia mal com aquela situação, pelo contrário, o meu coração batia forte dentro do meu peito. O ar noturno era frio, mas não me importava, o contraste era arrepiante como o fogo que me consumia as entranhas.

Cada fio de grama sob os meus pés eram como agulhas de gelo, cada sussurro da brisa nos pinheiros era um dedo glacial tocando minha espinha. Eu não tremi, eu ansiei por aquele momento o dia todo. A expectativa era um cobertor quente e pesado me envolvendo como um véu.

Eu estava em uma clareira, dentro de um círculo de terra batida e musgo abraçado por rochas. Os meus pés eram movidos para dentro desse círculo, eu não conseguia escapar e, naquele contexto, eu nem queria.

Eu sonhava toda noite, as mesmas cenas, a mesma expectativa dilacerante dentro do meu peito. Até ele chegar.

E então um estremecimento percorreu floresta, não pelo vento, mas por uma presença.

O meu coração acelerou, um tambor frenético batendo contra as minhas costelas. O ar ficou cada vez mais pesado, carregado demais, havia uma eletricidade animal, contrastando com o cheiro de terra molhada e selvageria descarada.

E então os olhos dourados surgiram nas sombras.

Era o homem lobo. O meu demônio pessoal, o meu anjo lascivo.

Ele não era um vilão de conto de fadas, não era uma aberração peluda e disforme. Ele era uma perfeição de selvageria encapsulada em uma forma humana.

Mais alto que qualquer homem, seus músculos eram cordas de aço sob uma pele bronzeada, brilhando sob a luz da lua. Os ombros dele eram largos e o torso esculpido á perfeição. O homem lobo usava calças escuras e gastas, rasgadas nos joelhos, mal continham a potência de suas coxas.

O rosto dele me prendia, como sempre, a mandíbula forte era marcada por uma barba escura e rente. Os lábios eram cheios de sinuosos, prometendo uma luxúria brutal. Os olhos deles... Deus... aqueles olhos...Eles não eram humanos, brilhavam como ouro líquido e primordial, fixos em mim com intensidade que me roubava o fôlego.

O olhar era de posse, de uma fome mais antiga do que aquela lua, era um reconhecimento, ele estava enxergando a minha alma.

O homem se moveu com a graça silenciosa de um predador, cada passo que ele dava era uma afirmação do seu domínio sobre mim.

Eu senti os meus seios enrijecerem, não pelo frio, mas por uma pontada aguda de puro desejo. O calor úmido e vergonhoso brotou entre as minhas pernas, era uma resposta involuntária e humilhante do poder que ele irradiava para mim.

Ele parou a poucos centímetros de mim, o valor do corpo dele era um convite. Eu conseguia sentir o seu cheiro de macho irradiar pelo ar.

Era intenso e intoxicante: O suor, a floresta e o cheiro de sexo.

Era o instinto! Ele não me largava, me fixava.

- Quem é você? – A minha voz saiu como um sussurro trêmulo, como uma prece. Era a pergunta que eu passava o dia pensando em fazer, cheia de agonia para o ritual.

Os lábios dele se curvaram em um sorriso lento e totalmente predatório, pareciam me enfeitiçar totalmente, eu não conseguia nem desviar o olhar. Os olhos dele, dourados, percorreram o meu corpo nu, desde as pontas dos meus cabelos até a ponta dos meus pés.

Apesar de eu estar nua, era o olhar dele que me despia completamente. Me vasculhava sob as sombras da noite.

Quando ele ergueu as mãos, eu contive a minha respiração; os dedos longos e fortes dele se aproximaram do meu rosto. Ele não tocou em mim de imediato. O calor da pele dele pairou sobre a minha bochecha, era um tormento de alma, um tormento delicioso.

- Julie – Disse ele com a voz que mais parecia um rugido baixo, uma vibração que percorreu toda a minha carne e ressoou em meus ossos.

Eu adorava a forma como o meu nome soava de seus lábios carnudos e maravilhosos.

E então ele disse as palavras que acalentaram o meu coração naquela noite escura, os meus sonhos haviam ficado mais vividos e podiam simplesmente ferir – Eu esperei por você a vida toda! – Disse ele olhando em meus olhos.

Aquela era uma declaração absurda, impossível. Mas naquele lugar, sob a luz daquela lua, era a única verdade que me importava. Todo o medo ia se dissipando, dissolvendo-se diante dos meus olhos, eu tinha dele uma necessidade urgente, quase cega de tocá-lo. Eu não conseguia resistir.

Ele inclinou a cabeça e os seus lábios finalmente se encontraram com os meus.

O beijo de conto de fadas não aconteceu, aquele era um beijo de conquista, sua boca era quente, voraz e cheia de liberdade. Os dentes dele roçaram devagar pelo meu lábio inferior, era uma promessa de dor e prazer, a língua dele invadiu a minha boca com autoridade de um dono reclamando o que era seu por direito. Eu gemi sem perceber, um som baixo e rendido no fundo da minha garganta.

As mãos dele subiram instintivamente, meus dedos se enterraram por seus cabelos escuros e grossos, era como afundar as mãos na crina de uma fera.

Ele me puxou contra o seu corpo, o contato da pele quente e dura dele com a minha pele macia e fria, me causou um choque. Cada músculo dele era uma fortaleza, ele me rendia à sua força, com suas mãos apalpando as minhas costas. As mãos dele mapeavam cada curva do meu corpo, da minha cintura e a concha de meus quadris, quando ele finalmente apertou minha bunda eu senti o meu corpo arquear sob o corpo dele, querendo mais do seu toque, mais de seus olhares sob o meu corpo nu na noite.

Eu estava sentindo tanto tesão que não conseguia me controlar, fiquei envergonhada com a forma como uma respiração soava a cada toque dele em meu corpo.

Ele me levantou do chão como se eu não pesasse mais que uma pena, os braços me envolveram. Me deitou finalmente em uma pedra sob a luz da lua, quente e agora mais iluminada.

- Você é minha! – Ele rosnou novamente contra o meu pescoço. Os dentes dele arranharam a pele sensível do meu pulso – Finalmente é minha!

Eu não conseguia responder, minha mente havia se desligado, o meu corpo era agora pura sensação. As minhas pernas se abriram para ele como uma oferenda silenciosa. Ele finalmente se posicionou entre elas, eu consegui sentir rigidez impressionante dele pressionada contra a minha buceta, aposto que ele conseguia sentir, mesmo através do tecido das calças. Era uma ameaça e uma promessa.

Ele tirou as calças lentamente, olhando em meus olhos, grandes, grossos e pulsantes com uma vida própria. Uma pontada de medo genuíno atravessou o véu do meu desejo, ele era grande demais, selvagem demais. O seu olhar dourado se manteve em mim, enquanto suas mãos me acariciavam, me preparando, me abrindo inteira. Os dedos dele eram habilidosos, encontravam facilmente o meu ponto de fogo, me faziam arquear as costas, me enchiam de tesão, me queimavam por dentro e me consumiam completamente.

- Por favor. Não para... – Eu supliquei olhando em seus olhos.

Ele não respondeu com palavras, apenas alinhou-se em minha entrada, primeiro com um movimento lento, deliberado, molhado e quente.

Era uma invasão. Uma posse. Uma consumação. Eu gritei com um som abafado contra o ombro dele, havia dor, uma ardência aguda de ser apertada e preenchida de uma forma tão completa.

A dor rapidamente transcendeu, se transformou em algo mais profundo, mais primitivo. Ele preencheu cada espaço vazio dentro de mim, não apenas com suas estocadas deliciosas e molhadas, suadas de desejo, mas também de uma forma que fazia minha alma estremecer.

Ele começou a se mover mais rápido e para mim foi como ser pega por uma tempestade. Os meus quadris se batiam contra os quadris dele em um ritmo quente e ancestral.

Os sons dos gemidos guturais dele eram como música para os meus ouvidos.

O meu mundo se perdeu, eu estava reduzida aquela sensação de formigamento insano subindo por minhas pernas. Eu sentia como se eu estivesse sendo totalmente possuída. Cada nervo do meu corpo pedia por ele. As minhas unhas cravaram em suas costas marcando sua pele que cheirava a selvageria e sexo. Ele rosnou, um som profundo e satisfeito enquanto se afundava mais e mais fundo dentro de mim.

- Ah... não para...me fode... – Eu gritei sem nenhum controle pessoal, ele captou o meu grito calando minha boca com um beijo de fúria. A tensão se acumulava em mim e eu estava prestes a explodir. Eu olhei fundo em seus olhos dourados, vi finalmente o meu reflexo de êxtase, meus olhos em agonia e simplesmente caí.

O orgasmo me atingiu como um raio, um tremor violento, parecia me despedaçar por dentro. Ondas de puro prazer me eletrizavam e me sacudiram, fazendo com que o meu corpo se arqueasse e se contorcesse sob o corpo dele. O meu grito misturado ao dele se perdia pelo ar noturno, da minha parte um grito de pura rendição.

Eu continuei sentindo uma convulsão interna, o ritmo dele se tornou mais frenético e descontrolado. Era como um rugido abafado, mais de lobo do que de homem, ele enterrou em mim até o fim, até eu sentir uma explosão quente dentro de mim.

Ele desabou sobre mim, seu peso era esmagador e reconfortante. Seu coração batia forte contra o meu, um tambor ecoando o outro.

Nós ficamos assim por um tempo, um tempo que não existia. Ficamos entrelaçados sobre a pedra e sob o olhar impassível da lua. O ar cheirava a sexo, suor e terra.

O homem lobo me ofereceu um sorriso acalentador e sussurrou algo nos meus ouvidos, como um vento passando por folhas secas.

E então o mundo desmoronou muito rápido.

Acordei de supetão, um gemido abalado ficou entalado na minha garganta.

A luz da manhã parecia me entorpecer, a frase – Te esperei a vida toda

Continuava ecoando forte em minha mente, eu comecei a sentir saudade de algo que só existiu em minha mente.

Pelo menos eu achava que era isso.

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