MEU DELEGADO PROTETOR

MEU DELEGADO PROTETOR PT

Urbano
Última actualización: 2025-10-22
Joss Austen   Recién actualizado
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Resumen
Índice

Anita “Furacão” — um apelido que ela odeia, dado pelos alunos da comunidade onde ensina. Para ela, é apenas uma brincadeira sem graça. Para o delegado Henrique Macedo, é um presságio. Frio, metódico e implacável, Macedo sempre acreditou que podia controlar tudo: o crime, as pessoas… e os próprios sentimentos. Até conhecer Anita. Com o rosto doce e o jeito atrapalhado, ela parecia inofensiva — mas bastou um encontrão e um olhar para ele perceber que aquela mulher seria o seu maior erro. Obcecado, ele passa a vigiá-la, estudá-la, querer entender por que o caos dela o fascina tanto. Só que Anita, com seus sorrisos desajeitados e segredos bem guardados, tem o poder de quebrar tudo o que ele construiu — inclusive o coração que ele jurava não ter. E quando o destino coloca os dois frente a frente, entre investigações perigosas e uma atração impossível de conter, Macedo descobre que o amor pode ser tão devastador quanto um crime perfeito.

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Capítulo 1

CAPÍTULO 1

Henrique Narrando

O som insistente do meu celular vibrando contra a mesa de cabeceira foi o que me tirou do sono.

Demorei um instante para processar onde estava — o livro de autoajuda aberto sobre o peito servia como lembrete irônico daquele esforço inútil para aprender a “relaxar”. Nada daquilo funcionava comigo.

Levantei devagar, cumprindo um ritual quase sagrado. O ambiente tinha que estar em ordem — sempre. Um espaço bagunçado significava uma mente bagunçada, e eu não começaria um dia assim, especialmente hoje.

Hoje era o dia. O Mendes se aposentava e eu assumia o comando da delegacia. Décadas de serviço, noites mal dormidas e sangue frio me trouxeram até aqui. Não tinha glamour, nem holofotes, só o peso do dever e a responsabilidade.

Olhei meu reflexo no espelho. A barba estava um caos, denunciando o cansaço dos últimos dias. Vaidade nunca foi meu forte, mas sei que aparência importa — principalmente para quem carrega um distintivo. Peguei a navalha e tratei do que dava. Não ficou perfeito, mas era o suficiente. Para um policial acostumado a lidar com feridas, aparar pelos era bagatela.

Na cozinha, preparei meu café do jeito que gosto: forte e sem açúcar. Gosto de controlar ao menos isso no meu dia. Nem sei o nome da diarista que vem duas vezes por semana. Gente demais em casa sempre me incomodou. Sou metódico, para alguns sou obsessivo — para mim chamo de ordem. E em meio ao caos policial, ordem é sobrevivência.

Moro na Vila Olímpia, apartamento pequeno, moderno e silencioso, um bunker contra o barulho do mundo.Terminei o café, lavei a caneca, ajeitei a bancada. Detesto deixar rastros — não só no serviço, mas na vida.Peguei celular, chaves e segui para a delegacia. Entrei direto na sala do Mendes, que hoje seria minha. Bati e ouvi sua voz firme:

— Entre.

Lá dentro, estavam Marcelo Rocha e Adriana Paiva. Dois amigos que já tinham saído da delegacia e agora estavam na civil. Cumprimentei os dois com um meio sorriso:

— Bom dia, Rocha. Paiva.— Pronto para ser chefe? — Marcelo perguntou, com seu jeito brincalhão.

— Pronto. Ansioso, mas pronto — admiti, olhando para Mendes — Ele assentiu.

— Quando assumi, estava no mesmo lugar que você. Ansioso e com medo de não ter pulso firme o bastante — Marcelo riu.

— Mendes teve 30 anos de serviço e ainda está de pé. Foi chefe de respeito. Tenho orgulho de ter servido com ele no E.I.E. — Adriana sorriu discretamente. Marcelo abraçou Mendes, deu tapinhas nas costas, dizendo mais com o gesto que com palavras.

— Vou sentir sua falta, velho. — apertou a mão dele antes de sair.Adriana também desejou sorte — Mendes agradeceu e anunciou reunião para repassar ordens.

Tudo protocolar, dentro do padrão.

Após saírem, acertamos detalhes do cargo e os nomes que precisaria monitorar. Quando o comunicado oficial chegou, fui cercado por cumprimentos. Palmas, sorrisos, tapinhas nas costas. Alguns sinceros, outros por conveniência. Aceitei tudo com educação. Respeito se conquista com ação, não festejos.

Dispensei a equipe e convoquei Ivan Barbosa, meu subdelegado novo. Queria resolver a burocracia logo: funções, relatórios, hierarquia. Cada coisa em seu lugar desde o primeiro dia.

Ivan já sabia minha fama: rígido, exigente, difícil. Pode ser. Mas após duas semanas de trabalho, ele entendeu que meu “gênio forte” era profissionalismo. Não arrogância — método. Passo a passo, sem espaço para dúvidas.

Ele nunca quis invadir meu espaço, só seguir o ritmo que eu demandei. Discreto, falava pouco e agia muito. Disse que eu parecia o irmão mais velho dele. Não quis saber mais. Não crio laços para não me distrair.

Enquanto seguíamos para minha sala, Raquel Pacheco e seu parceiro Estêvão apareceram no corredor. Tinham acabado de voltar de missão. Sabiam da troca de comando e vieram cumprimentar:

— Parabéns, chefe — disse Raquel com meio sorriso, respeitando, mas sem se curvar.

— Obrigado, sargento. — disse, sentando. — Imagino que não vieram só dar parabéns.

Raquel trocou um olhar rápido com Estêvão.

— Temos relatório novo da comunidade Madalena — Suspirei fundo.

— Já esperava. Esse sempre foi o ponto fraco do Mendes — Raquel confirmou.

— Ele segurou controle por um tempo, com uma trégua. Mas agora os traficantes cresceram novamente.

— Viraram erva daninha — completou Estêvão, frustrado.

Raquel abriu a pasta e detalhou:

— Infiltramos e detectamos três líderes de facção recentes. Dois irmãos gêmeos: Marco e Pedro — Valet e Coringa. O terceiro é inimigo deles: David, o Pivô.

— Disputa por território? — perguntei.

— Exato. Dois homens do Pivô foram executados pelos gêmeos. A comunidade está aterrorizada. — Cruzei braços.

— Vamos montar um plano e cortar essa ameaça pela raiz. Essa gente já sofreu demais — Raquel sorriu.

— Sabíamos que pensaria assim. Boa sorte, delegado. — E saiu com Estêvão — Ficamos eu e Ivan. Passei pendências e avisei que me afastaria para planejar a operação. Ele ouviu, anotando tudo. Gosto de gente que age mais que fala.

Convoquei E.I.E. para reunião. Expliquei a situação, selecionei snipers, táticos, sargentos frios o suficiente para encarar o inferno sem tremores. A missão para invadir Madalena não seria moleza, mas nunca busquei o caminho fácil.

Equipe dispensada, voltei ao circuito de sempre: atendimento, despachos, ordens, investigações atrasadas. A rotina virou borrão. Olhei no relógio: passava das seis e meia. Hora de entregar o plantão ao Ivan.

Peguei o paletó, pensei outra vez na barba que prometi aparar. Era banal, mas após encarar um dia inteiro de papéis e criminosos, cuidar de mim soava como disciplina.

Fui à barbearia de sempre, onde o barbeiro fazia o serviço rápido e sem conversa. Fechei os olhos, deixei a navalha trabalhar. No espelho, o reflexo me agradou. Paguei e saí.

Ainda cedo. Decidi jantar no bar-restaurante onde costumava ir: comida simples, música ambiente e o silêncio necessário para pensar.

O que eu não sabia era que aquela noite... tinha planos diferentes para mim. Os acontecimentos que se seguiram mudariam minha rotina — e talvez a rota da minha vida.

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