Narrado por Anita
E eu confiei. Com minha vida, com meu corpo renascendo, eu confiei.
A ponta dele pressionou minha entrada, e houve uma resistência, um alongamento súbito que roubou meu fôlego. Uma pontada aguda de dor. Fechei os olhos, concentrando-me não na sensação incômoda, mas no cheiro dele — uma mistura de perfume amadeirado, suor masculino e algo inerentemente dele —, no som de sua respiração ofegante perto do meu ouvido, no calor que irradiava de seu corpo e envolvia o meu. Ele empurrou, com uma paciência que beirava o sobrenatural, centímetro após centímetro, preenchendo-me de uma forma tão completa, tão profunda, que eu nem sabia ser possível. Quando ele finalmente se encaixou por completo, parou, imóvel, dando a meu corpo o tempo de se acostumar com a invasão gloriosa.
A dor latejante ainda estava lá, real e inegável, mas os beijos que ele começou a depositar em meu pescoço — suaves, quase reverentes —, as mãos que acariciavam meus seios com uma mistura de posse e adoraçã