Narrado por Anita
Ele olhou para mim rapidamente, e a fúria nos seus olhos era aterradora, mas também, de uma forma estranha, reconfortante. Era uma fúria protetora.
— O que eu não posso — ele continuou, sua voz baixa e carregada de uma determinação absoluta — é deixar você e a pequena desprotegidas. Nem por um segundo.
O carro acelerou suavemente, mas com um propósito renovado. A rota não era mais para minha casa. Ele pegou um desvio.
— Para onde estamos indo? — perguntei, confusa.
— Para a delegacia, primeiro. Preciso dar algumas ordens, montar uma operação. E você — ele disse, olhando para mim — vai ficar em uma sala segura até eu resolver isso. Já estou chamando a Raquel para buscar a Chun-hee e sua avó. Vão ficar todas juntas, protegidas.
— Henrique, eu tenho minha vida, meus alunos… — tentei argumentar, mas a expressão dele me fez calar.
— Sua vida é o que mais importa para mim, Anita. E a vida daqueles que você ama. A comunidade, infelizmente, não é mais segura para você nem pa