CAPÍTULO 5

Sabia que tinha que fazer algo, principalmente ao ver o rosto machucado de Alberto e ouvir sua voz chorosa enquanto implorava para os homens que o seguravam pelos braços:

— Por favor, não façam isso, eu só queria que ele o soltasse. Eu juro que vamos pagar a dívida!

Um deles respondeu friamente:

— O teu problema é saber demais, e o patrão não suporta xeretas. E o pior, dentro do santuário dele. Você não devia ter pedido para vir aqui, em sua casa. Esse é o seu fim e o da pessoa que você tanto quis proteger. Agora vem com a gente!

Alberto tentou resistir, gritando:

— Não, não! Vocês não podem fazer isso comigo!

Mas um dos homens, quando não viu ninguém por perto, levantou a camisa, mostrou a arma no coldre, percebi que Alberto se calou imediatamente por medo. Um deles puxou Alberto pelo braço, e o outro seguia atrás.

Aproveitando o escuro, corri por trás dos arbustos, subi numa árvore com agilidade. Ser pequena sempre me ajuda um pouco.

A ação parecia loucura, mas só pensava em salvar Alberto, meu aluno. Antes que chegassem ao carro, pulei em cima do homem que vinha atrás do que segurava Alberto.

Embora ele fosse forte e eu pequena, sabia que a gravidade trabalharia a meu favor. Joguei meu peso nele, ele caiu, bateu a cabeça, ficou desacordado.

O outro se virou para ver o que estava acontecendo com o parceiro, e pro instinto Alberto o nocauteou com um soco forte embaixo do queixo. Quando ele caiu, Alberto lhe tirou a arma. Eu fiz o mesmo com o outro homem. Alberto apontava a arma para ele, mas o homem já estava desacordado, então falei:

— Não, Alberto! Não é mais necessário fazer isso!

Ele me respondeu, surpreso:

— Professora?! Meu Deus, lhe devo a minha vida. Mas o que faz aqui? Como me encontrou?

Expliquei:

— Vi eles arrastando você na frente do colégio até o carro e fiquei preocupada. Então os segui e…

De repente, ouvimos um barulho dentro da casa. Apontei para as câmeras e disse:

— Acredito que não temos tempo para conversar. Tem câmeras nessa casa! Temos que sair daqui o mais rápido possível!

Começamos a correr em direção à rua. Gritei:

— Precisamos correr para as ruas mais movimentadas e esconder essas armas, para não sermos confundidos com bandidos! Alberto, só use a arma em último caso!

Ele escondeu a arma dentro da jaqueta. Eu fiz o mesmo dentro da minha mochila pequena. Continuamos correndo para onde havia mais gente. Os homens não atiraram; sabiam que isso seria se expor demais. Mas continuaram a nos perseguir. Olhei para trás e contei quatro deles.

— O que faremos agora? — ouvi Alberto assustado perguntar.

— Temos que nos misturar com as pessoas, assim limitaremos as ações deles! — respondi, embora também sentisse medo.

— Tem certeza? — Ele perguntou ofegante e desnorteado.

— Não, mas ficar parado não é a opção — respondi. — Precisamos confundi-los e sempre estar onde haja mais movimento.

Fizemos assim. Muito tempo depois, eu já estava cansada, não sabia o quanto havia corrido. Fiz um ziguezague por ruas comerciais movimentadas e parecia que por um instante conseguimos atrapalhar os perseguidores. Pus as mãos nos joelhos, tentei recuperar o fôlego, mas percebi que me separei de Alberto sem querer.

Quando voltava para procurá-lo, vi que eles tinham me encontrado de novo, então corri novamente. Olhando para trás sem atenção, bati num muro. Não caí porque senti alguém me segurar.

Foi então que ouvi o muro falar:

— Ei, cuidado, garotinha, não olha por onde anda não?!

Surpresa, levantei os olhos e encontrei um homem alto, perto de dois metros, com cabelos e barba castanhos. Seu semblante era frio, quase severo, e seus olhos castanhos escuros se fixavam em mim. Sua presença impunha uma aura enigmática e forte. Fiquei estática, fascinada, sem saber ao certo como reagir, apenas absorvendo aquele encontro inesperado.Ele me segurou firme para que eu não caísse e perguntou:

— Garota, para onde está indo com tanta pressa? Está sozinha? Fala a minha língua?

Neguei com a cabeça. Queria pedir ajuda, mas percebi que os homens se aproximavam de novo.

Desvencilhei-me rapidamente para não colocá-lo em perigo. E ainda de longe ouvi ele dizer:

— Ei, espera, garotinha, para onde está indo?

Ignorei, continuei correndo. Os homens, ao me verem perto dele, mudaram a postura, fingindo uma conversa casual, como dois conhecidos entre a multidão. Eu, porém, dobrei numa rua mais deserta tentando despistá-los. Eles caminharam calmamente, seguindo meu rastro, e, vendo que o homem ficou para trás, retomaram a corrida na minha direção.

Mas eu nunca entrei naquela rua. Escondi-me atrás de uma floricultura e, depois, voltei para a rua anterior onde havia encontrado o homem. Minha intenção era pedir ajuda, mas ele já não estava mais ali. Sem pensar duas vezes, tentei correr para pegar um táxi e fugir dali.

Mas infelizmente, ouvi a voz dos homens novamente — aparentemente eles perceberam que eu havia retornado e começaram a me perseguir outra vez.

À minha frente, avistei um restaurante e entrei, sentindo as minhas pernas bambas. O local era pouco movimentado, o que me deixou tensa, mas não tinha alternativa. Ouvi os homens do lado de fora, dizendo:

— A maldita garota entrou no restaurante, Gabriel.

— Vamos pegá-la agora, ela não pode escapar, Michael.

Percebi que não havia garçom à vista e aproveitei para me esconder embaixo de uma mesa, protegida pela toalha longa, fiquei encolhida. Os homens entraram, procurando por todo lado.

— Ela sumiu! — disse um deles.

— Maldição, onde está? — praguejou o outro.

Nesse momento, para meu alívio e apreensão, um garçom saiu da cozinha e entrou no salão principal, dizendo:

— Boa noite, bem-vindos ao Restaurante Flor do Luar.

Um dos homens, tentando disfarçar, falou educadamente:

— Boa noite, poderia nos informar se entrou alguma garota aqui recentemente?

— Garota? Não que eu tenha visto senhor — respondeu o garçom naturalmente.

Enquanto falavam, um cliente sentou-se exatamente na mesa onde eu estava escondida. O garçom se aproximou dele e disse:

— Boa noite, senhor Macedo, o que deseja hoje?

Ele respondeu com a voz firme:

— Boa noite César, o de sempre, pode trazê-lo, imediatamente, sim? Estou com fome.

— Sim, senhor e pra já!

Fiquei com o coração descompassado quando reconheci a voz. Era o mesmo homem que eu trombei, queria poder falar com ele para pedir ajuda, mas sabia que não podia seria um risco, por isso fiz o possível para ele não me notar ali.

Depois, o garçom se virou para os homens que me perseguiam, e perguntou para eles, como se fossem clientes:

— E vocês senhores, desejam algo mais?

Um deles respondeu:

— Sim, e enquanto peço algo para comer, meu amigo quer ver a sua cozinha, tem problema?

— Problema nenhum, senhores — respondeu o garçom sorrindo educadamente.

Um dos homens sentou à frente da mesa onde eu estava. O outro foi para a cozinha, mas logo voltou ao perceber que eu não estava lá como ele pensou.

E enquanto o homem que estava sentado naquela mesa esperava o seu pedido. Eu esperava que os homens na mesa frente não me descobrissem ali. Estava muito assustada e para piorar, parecia que estava prestes a espirrar. Tentei segurar, resmungando mentalmente pela minha má sorte. E sem poder mais me segurar espirrei.

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