Narrado por Anita
E enquanto Henrique continuava a me beijar, foi como se o mundo exterior, com suas ameaças e traumas, deixasse de existir. O único som era a chuva batendo nas vidraças e a nossa respiração ofegante, sincronizada em um ritmo ancestral. Ele parou de me beijar e então me encarou; seus olhos escuros eram dois abismos de desejo puro e uma posse tão absoluta que deveria me assustar, mas que, ao invés disso, era o que mais me acendiava por dentro.
Ele era um homem grande, uma fortaleza de músculos e vontades, e eu sabia, por uma intuição feminina profunda, que aquele seria um território de intensidades sem concessões.
— Henrique… — sussurrei seu nome, nervosa, mordendo os lábios. Ao fazer isso, foi como puxar o gatilho de uma tempestade.
Ele não falou nada, apenas voltou a fechar a distância entre nós em um único movimento. Suas mãos, tão capazes de violência controlada, encontraram meu rosto com uma reverência que me fez tremer.
E então, seu lábio desceu sobre os meus nova