Narrado por Zaiden Marevick
Eu esperei.
Como um cão velho e sarnento à porta do inferno.
Como um vício que nunca é curado.
Esperei todos os dias, os meses arrastados, contei os minutos como quem conta corpos — um por um.
Cada segundo foi uma navalha na carne.
Me escondi nas sombras,
deixei que ela florescesse sob o teto dourado de Leonid,
deixei que vestisse branco, que sorrisse,
deixei que se sentisse pura.
Mas eu sabia —
o lodo ainda vivia dentro dela.
Ela era minha lama, minha maldição, meu vício.
E ninguém, nem mesmo o Don, tomaria isso de mim.
Ela achou que me humilhar era um fim.
Mas não, pequena, foi apenas o começo do teu castigo.
Hoje não é o teu casamento.
Hoje é o teu rapto.
Hoje você volta para o túmulo que é meu corpo,
para o altar que construí com ossos e promessas quebradas.
Hoje você será minha.
Mesmo que chorando.
Mesmo que gritando.
Mesmo que morrendo aos poucos.
Segui o carro com precisão de predador.
Os seguranças à frente estavam cegos, surdos pela falsa sensação